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Quinta-feira, 07 de Novembro de 2024
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Arábia Saudita planeja construir maior arranha-céu do mundo, em forma de cubo, com 20 vezes o tamanho do Empire State

Autoridades locais esperam que o plano audacioso adicione cerca de 40 bilhões de libras ao PIB não petrolífero da Arábia Saudita

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Por Página1
Arábia Saudita planeja construir maior arranha-céu do mundo, em forma de cubo, com 20 vezes o tamanho do Empire State
Foto: New Murabba Development Company/Divulgação
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Já imaginou morar no maior edifício do mundo, onde as janelas exibem paisagens futuristas em realidade virtual e hologramas projetam universos diferentes ao seu redor? Esse cenário digno de ficção científica está mais perto de se tornar realidade na Arábia Saudita, com o início da construção do Mukaab, uma estrutura gigantesca que promete ser a maior torre já construída. Localizada no coração de Nova Murabba, a nova cidade futurista de Riad, a megaestrutura é a mais recente aposta do regime saudita para transformar o país em um dos destinos turísticos mais inovadores do mundo até 2030.

 

O Mukaab será uma torre cúbica imponente, com 400 metros de altura e 360 metros de largura, capaz de acomodar 20 prédios do Empire State. A construção faraônica faz parte do projeto Visão 2030, liderado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que visa modernizar o país e diversificar sua economia, tradicionalmente dependente do petróleo.

Arábia Saudita projeta maior arranha-céu do mundo em forma de cubo — Foto: newmurabba
Arábia Saudita projeta maior arranha-céu do mundo em forma de cubo — Foto: newmurabba

 

Além de suas dimensões colossais, a estrutura se destaca pelo uso de tecnologia de ponta: suas paredes externas serão equipadas com realidade virtual, proporcionando paisagens dinâmicas e imersivas para os moradores. Já o interior contará com projeções holográficas alimentadas por Inteligência Artificial, oferecendo uma experiência sensorial única.

O projeto, que já foi apelidado de "vaidade brutal", tem gerado críticas, principalmente pela semelhança de sua forma com a Caaba, o santuário mais sagrado do islamismo, localizado em Meca. Grupos religiosos e conservadores temem que a aparência do Mukaab desrespeite símbolos religiosos importantes. Além disso, organizações de direitos humanos têm se manifestado contra as grandes obras de construção na Arábia Saudita, denunciando a exploração de trabalhadores migrantes e o deslocamento forçado de comunidades locais.

Arábia Saudita projeta maior arranha-céu do mundo em forma de cubo — Foto: newmurabba
Arábia Saudita projeta maior arranha-céu do mundo em forma de cubo — Foto: newmurabba

 

No entanto, o governo saudita continua a promover os aspectos inovadores do projeto. A Nova Murabba, onde o Mukaab será o centro das atenções, incluirá 104 mil unidades residenciais, 9 mil quartos de hotel, além de áreas comerciais de luxo, escritórios e espaços de lazer.

Segundo a New Murabba Development Company, responsável pela obra, a cidade será o "primeiro destino imersivo do mundo", com uma arquitetura inspirada no estilo moderno de Najdi. O objetivo é criar um ambiente onde moradores e turistas possam experimentar uma fusão entre o real e o virtual, mergulhando em paisagens, épocas e culturas de todo o mundo sem sair de casa.

Arábia Saudita projeta maior arranha-céu do mundo em forma de cubo — Foto: newmurabba
Arábia Saudita projeta maior arranha-céu do mundo em forma de cubo — Foto: newmurabba

 

Despejos e demolições em Jeddah

 

O projeto também terá uma torre giratória no topo, que abrigará decks de observação e restaurantes, proporcionando vistas panorâmicas de Riad. As autoridades locais esperam que o plano audacioso adicione cerca de 40 bilhões de libras ao PIB não petrolífero da Arábia Saudita, criando mais de 300 mil novos empregos e consolidando o país como um polo de inovação tecnológica e desenvolvimento urbano.

No entanto, o custo humano dessas grandes obras de infraestrutura não pode ser ignorado. O Mukaab e outros projetos, como o bilionário Neom, têm sido acompanhados por relatos de abusos e repressão. No caso de Neom, povos indígenas foram forçados a deixar suas terras para dar lugar à construção da cidade futurista, com relatos de prisões e até execuções daqueles que resistiram ao despejo. Em 2020, Abdul Rahim al-Howeiti, um importante líder tribal que se opunha às remoções, foi morto pelas forças de segurança sauditas, transformando-se em símbolo da repressão do regime.

Os despejos forçados também se espalham por outras partes do país. Em Jeddah, milhares de casas foram demolidas para dar lugar a novos empreendimentos, como parte do plano de modernização saudita. Em um dos bairros afetados, Aziziyah, moradores relataram ter recebido apenas um mês de aviso antes de verem suas casas serem destruídas. Para muitos, o progresso e a modernização trazem o peso da perda de suas raízes e histórias.

A Arábia Saudita tem apostado pesadamente em projetos grandiosos para remodelar sua imagem global, e o Mukaab é apenas uma peça desse quebra-cabeça. Com uma combinação de inovação tecnológica, arquitetura monumental e ambição política, o país está tentando redesenhar seu futuro longe do petróleo. Mesmo diante das críticas, o governo saudita segue com sua agenda de transformação.

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FONTE/CRÉDITOS: Por O Globo
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