Conflitos familiares, violência doméstica, envolvimento com drogas e abuso sexual são algumas das motivações mais comuns para desaparecimentos de mulheres. Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) indicam que desde 2014 até julho de 2024, foram registrados 3.026 desaparecimentos de vítimas femininas com idades de 18 a 60 anos em Mato Grosso.
Neste ano, foram 211 registros, média de um desaparecimento ao dia. Delegado Roberto Amorim, responsável pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) confirma que somente em Cuiabá, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento e Acorizal foram 122 registros de vítimas desaparecidas do sexo feminino na faixa etária de zero a maior de 60 anos. Em 2023, foram 576 ocorrências.
“Quando falamos do público de mulheres os principais motivos de desaparecimentos são os conflitos familiares, violência doméstica e abuso sexual. Hoje nós temos a resolutividade dos casos na faixa de 95% de localização, só que o Estado ainda não está preparado para fazer o procedimento de dar baixa”, frisou Amorim.
Em caso de desaparecimento, o delegado reforça que não é preciso esperar 24 ou 48 horas, como existia um mito. Se a pessoa saiu da rotina, o alerta acende. O ideal, diz Roberto, é que familiares entrem em contato com amigos, vizinhos para saber mais notícias da vítima, até com intuito de ajudar nas investigações. Registrar um boletim de ocorrência e ir na delegacia, dar o máximo de detalhes possíveis sobre a pessoa como características pessoais, locais onde costuma frequentar, se ela tem redes sociais.
“É importante não omitir nada a respeito da pessoa desaparecida. Se é usuária de droga, se teve alguma briga, se tem alguma doença. É interessante também fornecer uma fotografia nítida e atual da pessoa e, se possível, informar as roupas que ela estava no dia”. Amorim frisa que, às vezes, com algo que as pessoas acham insignificante, resolve-se um caso. “Informações omitidas são os maiores obstáculos da investigação”.
ORIENTAÇÃO
Quando há desaparecimento, a família da vítima deve evitar divulgar contatos pessoais, isso porque criminosos costumam aproveitar do momento para aplicar golpes e extorsões. Todas as informações devem ser repassadas diretamente para o Núcleo de Pessoas Desaparecidas, que disponibiliza contato para isso.
Leia a reportagem completa na edição de A Gazeta
Comentários: