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Quinta-feira, 13 de Fevereiro de 2025

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Colecionador de Cachaça de Nova Olímpia possui mais de 700 exemplares de 21 Estados Brasileiros

O que era para consumo e receber visitas, se tornou uma grande paixão

Colecionador de Cachaça de Nova Olímpia possui mais de 700 exemplares de 21 Estados Brasileiros
Buteco do 'Seo' Pedro - Homenagem ao Pai, Pedro Alves (in memorian) - foto Artur Alves
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Entusiasta do colecionismo, o servidor público municipal Nelson Alves, de 53 anos, residente em Nova Olímpia, possui uma coleção de mais de 700 cachaças e aguardentes, em rótulos de 21 Estados Brasileiros e 27 municípios de Mato Grosso.

Os exemplares são garrafas de 600 ml, 700 ml, litros, long neck (de 200 a 300 ml), miniaturas (vidro), porcelanas e latas e estão expostos em sua residência.

Sobre a coleção, ele comenta que a princípio pensava em fazer apenas um barzinho, com finalidade de ter pequena quantidade de bebidas para consumo próprio e servir a visitas, porém, conforme foi conhecendo a bela história da cachaça (o primeiro destilado das Américas), sua importância na história e economia brasileira, a paixão foi aumentando tal como os rótulos adquiridos através de produtores e colecionadores existentes no país.

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Segundo ele, talvez seja a única coleção de cachaça existente em Mato Grosso. “Fiz diversas pesquisas e até o momento não encontrei nenhuma informação sobre esse tipo de coleção”, informa, destacando que possui contatos de diversos produtores de cachaça artesanal do Estado, que também não conhecem alguém que colecione.

Na pequena coleção encontram-se cachaças e aguardentes de São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Tocantins, Brasília, Rio de Janeiro, Paraíba, Ceará, Goiás, Bahia, Rio Grande do Norte, Acre, Rondônia, Alagoas, Pará e Sergipe.

Alguns exemplares Matogrossenses: Cuiabana, Serra Pantaneira, Geodésica, Bressan, Sucuri, Arara, Barão do Araguaia, Rustk, Morada da Serra, Caleffi, Eitanois e Aguas Claras
Foto Artur Alves

 

RÓTULOS

 

Quanto aos rótulos de Mato Grosso, os exemplares são de Cuiabá (Arara e Eitanois), Estrada da Guia-Cuiabá (Engenho Cuiabano), Castanheira (Castanheira), Santo Antonio do Leveger (Cuiabana), Chapada dos Guimarães (Geodésica, Velho Lobo e Donzela Chapadense), São José do Rio Claro (Água Clara), Várzea Grande (Paixão Brasileira, Capri, Tropical, Serrinha, Zéburana e Santo Engenho), Poconé (Rancho Mineiro e Serra Pantaneira), Sinop (Só Alegria e Caleffi), Lucas do Rio Verde (Major), Colniza (Morada da Serra), Primavera do Leste (Bressan e Velho Jacó), Tangará da Serra (Bourscheidt e Cachaça da Serra), Rondonópolis (Rustk) e Comodoro (Sucuri).

Segundo Nelson, muitos dessas cachaças/aguardentes tiveram suas produções paralisadas, e não se encontram no mercado.

Há ainda aguardente de cana Aristocrata, produzida no Paraguai e o Singane Boliviano (aguardente vinícola) Casa Real e Rujero.

Exemplares de Cachaças Seleta, 51 (garrafa de cerveja), 51, Matura (lata) Velho Barreiro (miniartura), Gostosa, Pitu e Mucuri (lata) Vale Verde (miniatura), Oncinha (comemorativa) Anjo (asa), Três Praias (pescoço de peru/pescoçuda) e Middas (cachaça com flocos de ouro (foto Artur Alves)

 

Cachaças Dona Beja (cana) e Bruaca (bruxa)
foto Artur Alves

 

Coleção tem exemplares históricos e comemorativos

 

SENTA A PUA é uma delas, em homenagem aos Pracinhas da Segunda Guerra Mundial

Entre as cachaças da coleção, Nelson Alves destaca que chama a atenção as garrafas, principalmente, as de porcelana em formato de corpo de mulher, cabaça/moringa, cantil, bruxa e cana-de-açúcar, assim como a pescoço de peru (pescoçuda), chifre e asa de anjo.

Também saltam aos olhos as cachaças com peso histórico, cachaça com ouro comestível, comemorativas e em homenagem a personagens ou fatos históricos.

“Temos a Senta a Pua, em homenagem aos Pracinhas da Segunda Guerra Mundial;

  • a Serigote ‘O Tempo e o Vento’ em homenagem ao escritor Érico Veríssimo;
  • a Oncinha em garrafa de cor negra em comemoração aos seus 100 anos;
  • a 51 em garrafa de cerveja, também comemorativa;
  • o litro de Jamel, ainda com os três camelos;
  • a cachaça 1888 que é um produto exportação para a China”, informa.

E, ainda, cita a Havana, cachaça mineira que um presidente da república ostentava em dizer que era a sua preferida, porém quando ele foi preso em Curitiba, o empresário ‘véio da Havan’ viralizou vídeos bebendo a cachaça em uma praia do litoral santa catarinense. Bem como, destaca-se que a Havana, ganhou um moroso processo judicial movido pelo Rum Havana Club, que pretendia proibir o uso do nome Havana.

Réplica da Caninha Pelé
Foto Artur Alves

 

Pelé

 

Nelson também faz referência a Caninha Pelé, considerada uma lenda para os colecionadores. Na sua coleção existe uma réplica, haja vista que existem apenas 25 exemplares distribuídos em museus e coleções particulares. “A história da caninha Pelé remonta ao ano de 1958, quando o rei Pelé, com 17 anos foi campeão mundial na Copa da Suécia.

Na época, uma usina de Piracicaba faz o negócio com Seu Dondinho (pai de Pelé) para a produção e comercialização da cachaça por um período de 10 anos. Entretanto, Zito, também atleta do Santos e da Seleção fez Pelé desistir da ideia. Dessa feita, toda a produção que já havia sido distribuída na região foi recolhida”, conta.

Cachaças Jamel (3 camelos), Havana e Anisio Santiago
– foto Artur Alves

 

Cachaça Serigote ‘O Tempo e o Vento’ e 1888 – produzida especialmente para a China – Foto Artur Alves

 

Cachaças Seo Pedro e Benvinda, respectivamente os nomes dos pais (in memoriam) – foto Artur Alves

 

Cachaças Especiais Estância Moretti, Serjão 80 Anos, Faca na Caveira e Velho Barreiro Diamond (edição simples, sem pedras pecriosas)
Foto Artur Alves

 

TIPOS DE CACHAÇA

 

Prata – Descansada em inox – 03 meses pode ser consumida

Ouro – Envelhecida por um tempo determinado

Descansada – 06 meses a 01 ano em barril

Envelhecida – Contem 50% de cachaça Descansada em barril de no  máximo 700 litros por tempo não inferior a 01 ano

Premium – 100% de cachaça Envelhecida em barril de no máximo 700 litros por período não inferior a 01 ano

Extra-premium – 100% de cachaça Envelhecida em barril de no máximo 700 litros por período não inferior a 03 ano

Blend’s – Mistura de Cachaças Envelhecidas não inferior a 03 anos

Reserva Especial – Lotes Limitados – Produto Único

 

CLASSIFICAÇÃO DO TEOR ALCOOLICO

 

Pode ser Extra Leve (38% a 41%), Leve (42% a 44%0 e Encorpada (45% a 48%)

 

TIPO DE MADEIRA

 

A Cachaça pode ser envelhecida em diversos tipos de madeiras. Atualmente existem mais de 40 tipos de madeiras e dentre elas, destacam-se: Amburana ou Cerejeira, Bálsamo, Jequitibá  e Jequitibá-rosa, Ariribá, Carvalho Europeu e Americano, Castanheira, Cumaru, Eucalipto, Ipê, Jaqueira, Louro-canela, Angelim-araroba, Pau-Brasil, Jatobá, Grapia, Castanheira, Angico, Freijó e  Amendoim.

 

+ CURIOSIDADES E INFORMAÇÕES SOBRE A CACHAÇA

 

  • A cana de açúcar é originária da Índia e Nova Guiné
  • Sua expansão se deu com as grandes navegações entre 1490 e 1500 pelos Portugueses e Espanhóis
  • Cristóvão Colombo introduziu a cana na República Dominicana
  • Cabral traz mudas da Ilha da Madeira
  • Plantação de cana iniciou em 1504 no Brasil (Fernando de Noronha) e 1516 no Caribe
  • 1516/17 – Iniciou o Ciclo do Açúcar
  • A primeira plantação em Fernando de Noronha
  • Depois há registros na Feitoria de Itamaracá-PE em 1516 e em Engenho em Porto Seguro-BA em 1520
  • A cachaça deve ter surgido em São Vicente, Itamaracá ou em Porto Seguro entre 1516 a 1532
  • Primeiro Engenho de Açúcar em 1532 por Martins Afonso de Souza em São Vicente
  • Em 1619, a Cachaça era o principal produto do Brasil (Ciclo da cachaça)
  • A Cachaça é o primeiro destilado das Américas. O Rum (filho da cachaça) é o segundo destilado (a partir de 1654)
  • 1647, foi proibida a Cachaça e em 1660 houve Revolta da Cachaça e em 13 de Setembro de 1661 a produção foi liberada
  • O 13 de Setembro é comemorado o Dia Nacional da Cachaça (a partir de 2010)
  • A cachaça foi símbolo da Inconfidência Mineira e da Semana da Arte Moderna de 1922
  • Em 2012, foi reconhecida como Produto Típico Brasileiro nos EUA (parou de ser rotulada como Brazilian Run).
  • A primeira cachaça envazada, rotulada e lacrada é a Manjopina, fabricada no ano de 1756 no Engenho Manjope em Igarassu – Pernambuco.
  • A Ypioca é a mais antiga marca de Cachaça em produção. Iniciou a fabricação em 1843, na Serra de Maranguape-Ceará. Seu nome vem da expressão indígena YPI (alegria) e OCA (casa)
  • Pirassununga 51 é mais vendida (possui 40% do mercado de cachaça nacional) e exportada para 56 países.
  • A cachaça mais cara é a Velho Barreiro Platinum – R$ 1 milhão. Ela possui 550 gramas de ouro rosê, cravejada com 209 brilhante e diamante de 0,6 quilates e também existe a Velho Barreiro Diamond no valor de  R$ 440 mil (armação em prata e ouro e cravejada com 211 brilhantes e um diamante de 0,7 quilates).
  •  1,3 bilhão de litros produzidos anualmente – 70% industrial e 30% de alambique de cobre
  • A Cachaça é exportada para 76 países (21 milhões de dólares)
  •  Maiores Consumidores Estrangeiros: Estados Unidos, Alemanha, Portugal, França, Itália, Paraguai, Espanha, Chile, Holanda, Uruguai e Reino Unido
  • Maiores Exportadores são São Paulo (44,27%), Pernambuco (27,6%), Paraná (10,24%), Rio de Janeiro (97,39%), Minas Gerais (4,52%), Ceará (3,56%) e Rio Grande do Sul (0,64%)
  • Atualmente são mais de 7 mil marcas registradas no INPI
  • É o terceiro maior mercado mundial em volume
  • É o terceiro destilado mais consumido, ficando atrás do Soju (bebida coreana de arroz) e a Vodka
  • 98% dos produtores são pequenos e médios produtores
  • Minas Gerais tem 60% de produção de Alambique e apenas 40% são registradas no MAPA.

 

Prateleira com o acervo – Foto Artur Alves

 

Prateleira com o acervo – Foto Artur Alves

 

Prateleira com o acervo – Foto Artur Alves

 

Prateleira com o acervo – Foto Artur Alves

 

Prateleira com o acervo – Foto Artur Alves

 

Mini Alambique – produção próproa
Foto Artur Alves


FONTE/CRÉDITOS: CLICK NOVA OLÍMPIA
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