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Sabado, 07 de Setembro de 2024

Política

Cerca de 98% servidores do Estado estão endividados; Sindicalista alerta sobre "armadilhas" de bancos

Sindicalista revelou que bancos estão usando de outras modalidades do consignados para atrair servidores

Página1
Por Página1
Cerca de 98% servidores do Estado estão endividados; Sindicalista alerta sobre
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O presidente do Sindicato dos Profissionais da Área Meio do Poder Executivo de Mato Grosso (Sinpaig-MT), Antônio Wagner, revelou nesta quinta-feira (15.08), em entrevista ao jornalista Geraldo Araújo no  No Ar, que em torno de 98% dos servidores públicos estaduais estão endividados. Segundo ele, os funcionários públicos vêm recorrendo a empréstimos e outras modalidades de consignados, para tentar manter um “padrão de vida” por conta da defasagem salarial.

Wagner explicou que os servidores encontram nos empréstimos consignados a alternativa para tentar cobrir gastos pessoais, que antes, se encaixam no orçamento, mas que com o tempo, ficaram de fora por conta de os proventos estarem sendo reajustados sem seguir a inflação do período. Com isso, eles estão comprometendo até 65% dos ganhos líquidos.

Ele citou que outro fator determinante para endividamento do funcionalismo público é o baixo salário recebido: dos 100 mil servidores públicos estaduais atualmente exercendo atividades, cerca de 87% recebem salário de pouco mais de R$ 5 mil. Contudo, existem carreiras (2%) com salários que passam de R$ 30 mil.

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Antônio revelou ainda que algumas instituições financeiras têm se aproveitado destes servidores, com baixos salários, para oferecer empréstimos e outras modalidades de consignados [cartão benefício e cartão de crédito consignado], com juros acima do praticado no mercado financeiro. Ele alertou que servidores e Sindicatos precisam ficar atentos, e analisarem com cuidado as operações oferecidas e as supostas vantagens.

“No nosso Sindicato, por exemplo, identificamos muitos abusos, principalmente juros. Conseguimos por meio de negociação administrativa que uma servidora recebesse de volta R$ 13 mil de uma instituição financeira, mas isso foi possível porque temos uma pessoa que trabalhou no mercado financeiro e nos ajudou nessa questão”, explicou.

Leia Mais - Geraldo Araújo entrevista presidente do Sinpaig-MT, Antônio Wagner

Sobre a questão da Previdência, Antônio Wagner disse defender que o Conselho de Previdência do Estado busque informações sobre decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que contestou pontos da reforma da Previdência, aprovada em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para saber se as mudanças podem atingir servidores estaduais.

Conforme ele, possíveis mudanças por força dos efeitos da decisão do STF podem impactar significativamente nos cofres do Estado e no pagamento dos servidores, citando como exemplo os aposentados e pensionistas que segundo ele, foram os mais prejudicados com aumento da alíquota de previdência de 11 % para 14%.

Ele explicou ainda sobre o “esfacelamento” do Fórum Sindical no Estado. Wagner informou que grande parte das categorias deixaram o Fórum para tentar de forma “individual” buscar os interesses de cada carreira. “Dizer que o governador está sentando conosco isso não ocorre, mas seus auxiliares estão nos atendendo”, declarou.  

O sindicalista esclareceu que vem acompanhando os programas de “Inteligência Digital” que estão sendo devolvidos pelo Governo do Estado, com foco no reposicionamento dos servidores nos órgãos públicos, principalmente na qualificação dos profissionais para se adequarem aos novos sistemas a serem implantados.  

Wagner falou sobre a defasagem salarial nos órgãos públicos estaduais, que segundo ele, está há 15 anos, e negou suposta omissão quanto à cobrança de melhorias aos servidores junto ao governador Mauro Mendes (União).

“Antes de fazer evolução, preciso primeiro colocar comida na mesa do meu soldado. Até porque não posso ser boi de piranha. Mas, o fato de não estarmos falando, não significa que não estamos buscando. Nossa característica de atuação é por meio de levantamentos realizados e estudos. É preciso fazer um trabalho técnico para depois, por exemplo, ingressar com uma ação. Então eu cobro muito do movimento Sindical que é através de estudos. A grande maioria dos sindicalistas leva o ofício e um sonho no coração. Eu não, levo volume de documentos para me embasar”, frisou.

FONTE/CRÉDITOS: Lucione Nazareth/VGN
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